A Islândia está a ponderar a venda de cigarros apenas sob receita médica. A medida está a ser pensada como parte integrante de uma política que visa reduzir drasticamente o consumo de tabaco na próxima década num país já com umas das taxas de tabagismo mais baixas da Europa, avança o jornal SOL.
A hipótese de tornar o tabaco num produto de venda nas farmácias apenas sob receita médica será debatida no Parlamento islandês já este Outono. A introdução de tal medida alteraria, por completo, as regras da venda de cigarros: apenas para maiores de 20 anos, sob prescrição médica e a indivíduos reconhecidos como ‘viciados’ em nicotina.
A proposta integra um conjunto de medidas para proibir por completo o acto de fumar em qualquer espaço público. Actualmente, um maço de tabaco na Islândia custa à volta de seis euros, 25% dos quais fruto dos impostos tributários do Estado. No úlimo estudo concluiu-se que cerca de 15% da população do país fumava, um dos valores mais baixos na Europa.
O plano é apoiado pelo presidente da Sociedade Islandesa de Cardiologia (SIC), Thorarinn Gudnasson que, de acordo com o The Guardian, a decisão de vender tabaco em farmácias iria tornar mais barato o preço dos cigarros.
“Segundo o plano, o fumadores a quem sejam dadas receitas médicas seriam diagnosticados como sendo viciados, e consideramos que o Governo não devia ter impostos sobre os viciados”, defendeu, lembrando os impostos estatais que perfazem 25% do preço de cada maço de tabaco.
O dirigente sugeriu igualmente que o tabaco seja submetida a testes de análises semelhantes aos conduzidos a qualquer outro medicamento ou droga farmacêutica, pois duvida que “os cigarros consigam voltar a entrar no mercado quando forem testados os seus efeitos secundários”, que incluem, entre outros, “cancro do pulmão, ataques cardíacos e doenças pulmonares crónicas”.
De acordo com Gudnasson, 20% das mortes que ocorrem anualmente na Islândia são derivados de causas relacionadas com o tabaco.